5.02.2010

António Arnault and the founding of the Portuguese Republic

An excerpt of an interview of the former Grand Master of Grand Oriente Lusitano to the newspaper Campeão das Províncias. 
Campeão das Províncias (CP) – Foi Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa. Qual foi o efectivo papel da Maçonaria na implementação da República?
António Arnaut (AA) – A República começou a ser construída com as revoluções liberais. É verdade que a proclamação da República está muito ligada à acção da Maçonaria mas é preciso esclarecer que, por via de regra, não compete à Maçonaria fazer revoluções ou meter-se em questões políticas e religiosas. O país vivia numa situação de profunda angústia social e depressão. À degenerescência dos costumes, aviltamento dos partidos e total descrédito das instituições políticas, junte-se o regicídio, o elevado desemprego, a fome e o analfabetismo, que rondava os 80 por cento. Os partidos políticos não se entendiam e, perante este cenário, constituía um acto patriótico a mudança de regime. António José de Almeida dizia que implantar a República era um imperativo moral. Não havia mais nada a fazer. A Monarquia e os partidos monárquicos estavam esgotados e desacreditados. Proclamar a República era um imperativo ético. A Maçonaria envolveu-se porque a situação do país impunha que o fizesse e porque partilhava os valores da República, nomeadamente a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. 
CP – Mas a verdade é que um século depois, os ideais do republicanismo ainda se concretizaram em toda a sua plenitude...
AA – É um facto. A República não está plenamente concretizada. Aliás, meia dúzia de anos depois da sua implantação já havia quem chamasse à atenção para essa realidade. Apesar de tudo, a implantação da República trouxe um conjunto de alterações sociais importantes, nomeadamente, a separação entre o Estado e a Igreja, o direito à greve, o descanso semanal, o seguro de trabalho e a regulamentação das relações laborais, a instrução primária gratuita e obrigatória, enfim, todo um conjunto de profundas reformas. Um dos erros da Primeira República foi ter-se acomodado e tornado burguesa. A adesão de muitos monárquicos condicionou a força do partido republicano e depois faltou tempo, faltaram condições e, para determinadas acções, faltou vontade. (...)
Hoje, há um contexto de mediocridade. Regra geral, os dirigentes políticos estão mais preocupados em conquistar e manter o poder, usando para isso todos os métodos, incluindo a corrupção, do que em resolver os problemas do país. Este é, infelizmente, o país que temos. Para se sair deste cerco é preciso abrir uma brecha. Estamos bloqueados e é preciso romper estas muralhas que nos cercam.(...) 

The Grand Orient Lusitano is one of the Portuguese masonic Obediences with the largest number of affiliates. It is, historically, the first Portuguese obedience constituted  in the XVIII century. In 1908, the GOL get apart from Regular Universal Freemasonry, rejecting the belief in a (revealed) Grand Architect of the Universe as a basic landmark of freemasonry, what led to the cancellation of recognition by the United Grand Lodge of England and other regular Grand Lodges. The founding fathers of the Grand Legal Lodge of Portugal where GOL affiliates that look to overcome this divorce from international freemasonry, then leaving GOL and founding in 1985 the district of Portugal of the Grand Loge Nationale Française. In 1992 this district was transformed into the Grand Regular Lodge of Portugal.
Read for larger development "Brief history of Portuguese Freemasonry".