3.02.2011

A Maçonaria sob a ditadura do Estado Novo

(...) Está por se fazer, em grande parte, a história da actividade maçónica sob regime salazarista e marcelista mas parece seguro afirmar-se que número significativo de maçons escolheram o exílio e aí continuaram a desenvolver a sua actividade maçónica em lojas dos países de acolhimento. Em 1974, na véspera da Revolução dos Cravos haveria somente três ou quatro lojas em funcionamento a Simpatia e União, Liberdade e José Estevão. Por iniciativa de Adão e Silva e Dias Amado haviam sido criados pentágonos por forma a difundir, na clandestinidade, as ideias da Maçonaria. Também por se fazer está a história da actividade dos maçons estrangeiros ligados às embaixadas e às empresas sedeadas em Portugal durante esses anos difíceis da ditadura, sendo crível que uma ou várias lojas estivessem em funcionamento na dependência da Grande Loja Unida de Inglaterra. Conjuntamente com outras instituições da ordem democrática portuguesa, a maçonaria abateria colunas até ao 25 de Abril de 1974, em que uma revolução, a Revolução dos Cravos, dirigida por capitães e outros oficiais derrubaria o regime ditatorial de Salazar e Caetano e restabeleceria a ordem democrática e as liberdades. Como sublinha Arthur Edward Waite, a história da maçonaria no século XX é em grande parte a história da supressão da Ordem Maçónica nas modernas ditadores sob Mussolini, Adolf Hitler, sob o jugo comunista e sob Franco em Espanha e Salazar em Portugal. Nesse período de uma forma discreta como sempre nos períodos a que mais provas foram sujeitos, os maçons portugueses estariam na primeira fila da resistência à ditadura pela afirmação da cultura e do renascimento de um Portugal livre e democrático".
Breve Historial da Maçonaria em Portugal, A.M.A.G. (GLLP/GLRP)